Estamos encarando, há muito tempo, uma realidade marcada pelo racismo, seja ele velado ou não. Neste momento, a tolerância da comunicade negra nos Estados Unidos atingiu seu ápice, resultando em uma série de manifestações pela igualdade entre as raças e o movimento Black Lives Matter ganha mais visibilidade.
O Bolsa Nerd acredita que uma das formas de combater o racismo é divulgando projetos de pessoas negras, que tem pouca visibilidade no nosso meio midiático eurocentrist. Por isso, preparamos uma lista de filmes dirigidos por mulheres pretas que tiveram pouco destaque midiatico apesar da qualidade das produções. Que tal dar uma chance para estes longas, e começar a buscar por produções que fujam de sua bolha de consumo?
1 – O Caso do Homem Errado, por Camila de Moraes: Um dos poucos filmes dirigido por uma diretora preta brasileira a ser exibido no cinema nacional comercial, o filme de 2017 ambientado nos anos 80 conta a história de um homem preto que foi morto pela polícia. Foi escolhido como o melhor longa no Festival Internacional de Cine Latino e esteve na pré-seleção do Oscar em 2019.
Júlio César de Melo Pinto, o operário negro que foi executado em Porto Alegre pela Polícia Militar, nos anos 1980. A história do jovem é contada através de depoimentos como o de Ronaldo Bernardi, o fotógrafo que fez as imagens que tornaram o caso conhecido, o da viúva do operário, Juçara Pinto, e de nomes respeitados da luta pelos direitos humanos e do movimento negro no Brasil.
2 – Amor Maldito, por Adélia Sampaio: Filme de 1984, foi o primeiro lançado por uma diretora preta no Brasil, baseado na história real da ex-miss Suelli e a executiva Fernanda. Apesar de ser um thriller, no lançamento foi classificado como pornochanchada. Adélia Sampaio foi homemageada em 2019 pela amostra do SESC de cinema, onde teve seu longa exibido, e hoje é a maior referência de cinema de mulheres pretas do Brasil.
Duas jovens mulheres, Fernanda, uma executiva, e Sueli, uma ex-miss, se apaixonam e decidem morar juntas. Porém, Sueli se cansa do relacionamento amoroso que leva com Fernanda e envolve-se com um jornalista. A moça engravida do amante e ele o abandona. Em desespero, Sueli se atira da janela do apartamento de Fernanda, que passa a ser acusada de homicídio.
3 – Too Far, por Destiny Ekaragh: terceira mulher preta a ter seu filme exibido comercialmente no Reino Unido.
Yemi é um adolescente de origem nigeriana que vive com a mãe em um distrito de Londres. Quando o irmão mais velho, Ikudayisi, chega da Nigéria, Yemi sente vergonha da herança africana e tenta se afastar dele.
4 – Lionheart, por Genevieve Nnaji: Filme de 2019 dirigido e protagonizado por Genevieve Nnaji, distribuído pela Netflix, foi o mais bem avaliado pelo Rotten Tomatoes em seu ano de lançamento.
Filme de 2018 Original Netflix, de origem nigeriana, dirigido e protagonizado pela diretora e atriz Genevieve Nnaji, conta a história de Adaeze, uma competente executiva da empresa de seu pai, a Lionheart Transport, que ao tê-lo doente vê a gestão ir para seu tio, o que a princípio causa desconforto na personagem e telespectador, tanto pelo sentimento de que ele se tornou CEO no lugar dela, que pelo fato de ser homem.
Confira a resenha completa do filme aqui.
5 – Rafiki, por Wanuri Kahiu: O filme queniano que foi sucesso em Cannes e proibido em seu país natal, conta com mulheres por trás e nas frentes das câmeras, inspirado em um conto ugandês, Jambula Tree, da autora ugandesa Monica Arac de Nyeko.
As jovens quenianas Kena e Ziki são grandes amigas e, embora suas famílias sejam rivais políticas, as duas continuaram juntas ao longo dos anos, apoiando uma a outra na batalha pela conquista de seus sonhos. A relação de amizade transforma-se em um romance que passa a afetar a rotina da comunidade conservadora em que vivem. Elas então precisam escolher entre viver este amor intensamente, desafiando as leis do Quênia, ou se distanciar para ter uma vida segura.
Conhece outras produções de mulheres negras que não estão na lista? Deixe pra gente nos comentários!
Bolsa Nerd 
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